
etc etc etc etc etc..
não queria falar não mas..
Saudações.Estou meio sem estro ultimamente.Meio sem tempo também..Acho que na verdade só estou postando algo porquê me acordaram antes do combinado..Mas pasme!Minha falta de estro,creio eu,é por motivos positivos..mais pra frente eu conto o que é..
Bisous *:
Como prerrogativa : segue um belíssimo conto do meu querido Victor..
A Jaula
Ansioso. Estava prestes a sair daquela jaula. Um misto de asco e nostalgia lhe amargou o coração. Por ora estava bem. Mesmo que as cicatrizes pelo corpo, por dentro e por fora, latejassem. Por um momento até admirava-as. Lembrou-se então de como tudo começou. Não lembrara se viera de ovo, de útero ou de uma espécie de bactéria cósmica mutante. Sabia que desde que nascera tentaram corta-lhe as asas.Tentavam em vão. Regenerando-se iam conforme a passava a dor. Eram o que mantivera-lhe vivo. Esperando, sempre. Aspirando voar em outros céus, nadar em outros mares, flertar com novas flores e admirar tudo que lhe era direito. Entretanto por intermitências do destino nascera naquela maldita jaula. Jaula que não só impedia-o de voar, mas que era desumana. Humanos; tinha um fascínio receoso por essa espécie. Ele próprio aparentava ser um. Mas não era. Sabia, em seu âmago sentimental, que era diferente, que era nobre, um espécime em extinção. Contudo havia a jaula. O cheiro do ralo que nela imperava e os ratos que dele saiam para rirem de sua impotência lhe irritavam. Sabia que era melhor que os ratos. Melhor que os humanos. Alias, sabia que era melhor que os ratos e os humanos juntos. Mas daí sucumbia em dor. Lembrou-se então dos moleques insolentes que vinham lhe atirar pedras. Somou as magoas e pensou então ser nada. Era chacota, um mero bicho. Refletiu por alguns minutos. Engoliu o choro. Não engoliu o choro. Desmanchou-se no choro. Chorou um choro úmido pelo sofrimento da incompreensão e de intermináveis soluços. Soluços que machucavam a garganta. Vomitou, então. Vomitou tudo o que lhe engasgava. Dos transeuntes que ali passavam, uns intimidaram-se e protegeram-se de tamanha brutalidade, outros por sua vez acharam poético. Nem reparou mais na jaula e nem naqueles que do outro lado transitavam. Sentiu-se aliviado. Pensava na liberdade, nos mares, nos céus e nas flores. O otimismo havia retomado seu espírito, e o juízo também. Então sentiu uma pequena vergonha de ter duvidado que debaixo daquelas plumas e escamas cintilantes que ostentava batia um coração e argumentava um cérebro. Recuperou as energias. Era tão exótico e tão delicado que os admiradores da jaula não podiam entender a complexidade daquele ser. Chegou então a hora. As asas quebradas já estavam sãs. Bateu, bateu, bateu com a força de um vulcão contra aquelas paredes translúcidas como vidro e duras como chumbo. Arrebentou-a. Sentiu a primeira brisa de ar puro. Cheirava à liberdade. Caminhou timidademente por um tempo, admirou-se com as coisas mais ínfimas e as idolatrou. Era aquilo que importava. Tomava coragem para entregar se como entregam-se os suicidas. Eis que sente uma pontada. Acertaram-lhe novamente. A pedra do estilingue era cada vez mais ríspida e densa. Acertaram a asa direita. “Aproximam-se cada vez mais do coração” pensou. Deslizou até o chão e foi carregado de volta à jaula. Desejou nunca ter tido asas. Agonizou e chorou. E o ciclo de emoções se repetira. Mas os ratos e humanos, os humanos-ratos, nunca cortaram suas asas.
Victor Hugo Silveira Simões.
Saudações.
Post dedicado aos 9 meses que sou um vegetal,rs e dedicado a Connie Gulp e qualquer 'homem elefante' que se preze..
Segunda feira fez nove meses que encetei nessa vida vegetariana.
Vegetariana acho que no caso não é um termo que se aplica muito bem, tendo em vista que são pouquíssimos os vegetais que eu consumo.
Existe ‘carboidratiana’? ok,não. Continuemos..
Minha dieta (falar em dieta sendo que tá super gorda,puta incoerência..(leigos:dieta não significa morrer de fome,e sim é a organização,uma lista digamos dos alimentos ingeridos..) se consiste em soja em excesso,grão de bico em excesso,tomate em excesso,suco em excesso,não muita fruta,arroz e feijão em excesso,tabule em excesso,queijo e leite em excesso..
Será que os excessos justificam esse balão escritor? Sim,justificam e devem ser somados a minha compulsão,ansiedade,’óciosidade’,fuleiragem e uma inteligência emocional por vezes falha,em excesso.
Pronto. Ta feito meu esboço do que falar quando começar a fazer terapia.
Aliás não quero mais fazer terapia..não to mais tão desequilibrada. não tomo mais sol em cima do telhado e nem saio mais pelada na rua (não me sinto tão confortável pelada,flw),na verdade eu tô bem equilibrada.na verdade,verdadinha mesmo eu sei que não tô muito bem,mas sei o que tenho de fazer pra ficar bem.sempre soube.o problema é que nunca o fiz.mas como sempre “segunda feira,juro que começo!”
POIS BEM,deixemos esses devaneios víscerais de lado.
Agora situo-me,há 10 minutos atrás mais precisamente,estava eu lendo madame Bovary(tem necessidade dizer o quão estou me identificando?pois bem:ESTOU ME IDENTIFICANDO MUITO!) e minha mãe grita pra eu ver o que ta passando no jornal.Eis que vou toda saltitante,tendo em vista que nunca assisto TV e ela sabe disso,e pra me interromper,gritar (o grito também é um diálogo..) deveria ser algo realmente interessante.parei o livro e fui lá ver..
A TV então mostrava a reportagem daquela mulher,Connie Gulp, que teve o rosto baleado pelo marido e tivera então 80% do rosto transplantado e etc etc etc. certo uma notícia nada convencional..
[quase tudo que leio,vejo,assisto,ouço, tento relacionar a conhecimentos anteriores,se não tiver nenhum talvez eu busque mais e por fim,observação,análise e reflexão.ok].
enfim,durante a reportagem vieram a minha cabeça :
-Susan Boyle,o patinho feio,típico foco de desdém que foi quebrado com o soar de sua bela voz e etc etc etc.
- O homem Elefante, filme de David Lynch que vi há uns quatro meses atrás,basicamente é um cara que tem uns problemas físicos e que sempre foi foco de preconceitos,fora também escravizado por um circense,que o criava,mas que na verdade usava sua ‘monstruosidade’ de atração pro circo.John(o homem elefante)então conhece um médico que quer estudar suas deformidades e a partir daí tornam-se ‘amigos’.O médico o introduz a sociedade querendo mostrar que John não tinha uma essência monstruosa(tinha a aparência somente),era um homem extremamente bondoso,curioso,amável e gentil,características que ao desenrolar do filme são comprovadas..
Essas intermitências me foram possíveis quando Connie dizia (tartamudeava) que simplismente não se importava com a aparência.ela que fora desprovida de nariz e boca,agora ganhou um rosto.rosto que sim,amedronta.rosto novo e que graças aos excelentes avanços da medicina,poderá mastigar e respirar por um nariz e uma boca de verdade..
Eis que surge a questão óbvia : por quê,por quem se preocupar com as conjeturas de terceiros ao invés de desenvolver as suas próprias,ser por si só livre,sem ser influenciado.Influenciado por gente preconceituosa,que não conhece e que nao se permite mudar de opinião e que portanto nunca vivenciará o alvo de seu medíocre preconceito e difícilmente mudará de opinião.
Por que nos preocupamos tanto com essas futilidades?com a aparência e não a essência? É um embate que o homem sofre (ou não,se tiver um rosto bonitinho pode até ser genocída) desde os primórdios,embate que é atualíssimo..
Há uma busca incessante no aparentar bem,na sociedade,estar dentro dos padrões,'TO FIT' e não no ser,por si só um ser pensante,um não títere de grupos/instituições alienadoras.
Concluindo..não faz sentido reclamar de meus kilos em excesso enquanto tem muita gente que em excesso só tem a necessidade,simples e válida,de que quiçá a sorte permita, de ser auxiliado por uma alma excessivamente caridosa.
Susan Boyle,John Merrick (do filme) tiveram um pouco de sorte enfim.Connie Gulp transplantada com certeza talvez tenha mais sorte do que d’antes.
voce talvez não precise dessa sorte,mas se você atencionar um mísero segundo do seu dia,vais concluir que gente em excesso precisa da sua ajuda..
Au revoir.