sábado, 27 de junho de 2009


Saudações,de centuries e centuries sem postar..
ainda estou sem computador e etc.
e ah,esse blog transformar-se-á em um slow post.. e low post pelo visto..tão capcioso quanto antes,prometo.
e o portento de hoje deve-se ao curitibano paulo leminski do qual tenho ultimamente dedicado uma paixao digamos nao muito parca.enfim,esses versinhos vem muito a calhar..


Arte do chá

ainda ontem
convidei um amigo
para ficar em silêncio
comigo
ele veio
meio a esmo
praticamente não disse nada
e ficou por isso mesmo

domingo, 14 de junho de 2009

ciao!


Saudações,olhos sedentos,atentos,embalde:não verão portentos. rs,pas vrai..
Como vês estou com computador novamente,porém escreverei com menos freqüência,talvez uma ou duas vezes por semana..não posso despender horas na frente dessa tela maldita..
Feriado prolongado.Frio prolongado.Lucubração prolongada.Tudo isso na ilustríssima companhia de Visconti,Antonioni,Rosselini,Dash-tai-é-vis-ki,Saramago,etc etc.Pois bem,escusado seja.

Tudo começa na quarta,pós-aula,pós laboratório de química (a alcunha de Evo Morales ao meu querido professor, quase me rendeu uma advertência J,rs),necas de francês (sr.Zé-Maria foi pra Natal bem!),e me deparo com a pilha de filmes que meu querido Gustaf me emprestou..
Enceto então meu feriado de sofá,edredon e bolacha de água e sal (hamm,que delícia..¬¬) com um filme de Zurlini..
Escusado seja,não tinha nenhuma intenção de sair esse final de semana.Nem nesse nem nos próximos.Não quero mais sair,já falei?Pois é.A contragosto e com muitos sortilégios alguns conseguem essa proeza : me desvencilhar de meu edredom.Adoro frio,já falei?Tá que minha boca se duplica e eu fico parecendo o Coringa do Batman..Mas gosto oras.Ficar deitada,empacotada em duzentos edredons,com um chocolate quente ao lado,ou com alguém ao lado,ou as vezes com o pensamento nesse alguém que não ta do lado (tá,isso não é bem bom..).Enfim,j’aime le froid.Tá sentindo uma onda de sedentarismo da minha parte?rs.Pois é,essa semana corroborou minha mega-hiper-ultra vontade de ir a+a academia.Sério,muito chato.han.Tô muito velha pra essas coisas.Tô muito velha pra gente..
Pois vamos.Serei breve nas descrições dos filmes,escusado seja : não entendo muita coisa de cinemae não quero pagar mais ainda de pedante.

Quarta feira: Estate Violenta (verão violenta), de Valério Zurlini,um dos grandes
diretores do neo-realismo italiano.Há umas duas semanas que tinha lido no caderno 2 algo sobre Zurlini.Por via de regra,me apaixonei.Trabalhos de cunho existencialista,é,bem minha cara mesmo.Dentre outras características que o Google pode muito bem te auxiliar a descobrir.Pois bem,o filme é fantástico.Segundo Gustaf,tem a melhor cena numa estação de trem que ele já viu,escusado seja:ele já viu muito filme.Assim como "A Moça com a Valise", de 1961, e "A Primeira Noite de Tranqüilidade",de 1972, “Estate Violenta” tem como ponto de partida história sobre amor impossível entre adolescentes e adultos.Histórias que serviam de princípio para o cineasta extrair uma grandeza,típica de tragédias gregas,de um gênero melodramático e caracterizado por dramas ordinários,novelescos.Filme situado no calor e verão da Segunda Guerra Mundial,jovens ricos,elitistas e talvez por isso alheios a todo o furor bélico;passam os dias na praia,quando Carlos,jovem rico,educado,cortês,Jean Louis Trintignant,conhece Helena,Eleonora Rossi Drago,viúva,belíssima,encetam pois um grande romance.Enfim,escusado seja dizer que aos olhos da sociedade de antigamente,tanto como a de hoje,não veria com bons olhos essa relação.Onde o homem tem que ser mais velho etc etc etc.Passado todos os conflitos e o medo de um ficar com outro por conta dessas convenções sociais,ambos fogem,com a promessa de ficarem juntos pra sempre.Não vou contar como,faça o favor de não perder uma cena dessas,mas não ficam juntos.Eis o fim do amor idealizado.Fim?Ele promete voltar se conseguir.Mas ah,acho que ele não voltaria..Aproveite o ensejo e veja também a belíssima cena em que eles dançam ao som de Temptation.Uma cena realmente belíssima,porém um pouco curta (gostaria que durasse uns 329048 minutos),em que os olhos se encontram para corroborar o que as almas já tinham decidido : é amor.Amor?Paixão?Tanto fez..
Quinta feira: acordada inconvenientemente cedo por algum energúmeno(feriado com meus dois irmãos e meu pai em casa,eba.Cara,eu não entendo como conseguem fazer tanto barulho assim!é impossível ler,dormir,aaaaaaah!..), passo grande parte da quinta feira lendo O cortiço,um livro deveras diver,rs,mas não vou falar muito sobre não.Alors,j’ai vu Kramer vs.Kramer.Orra,muito legal o filme.Muito fofo,mimimi.Ganhou diversos Oscars (Óscares?) merecidamente.Atuações belíssimas,com Dustin Hoffman que magistralmente atuou no papel de ‘pai de repente’,Meryl Streep (escusado dizer: adoro essa atriz), que mesmo não tendo muito tempo em cena comparada com os outros dois,recebeu apropriadamente o Oscar de melhor atriz coadjuvante;o poder com que ela consegue demonstrar a emoção,a falta,enfim tudo que ela sentia é realmente incrível,merece destaque.E tem também o pequeno Justin Henry,que surpreendeu,fazendo jus à plêiade que exibe esse belíssimo filme.A trama desenvolve-se no detrimento de família por trabalho.Ted Kramer (D.Hoffman)dá mais atenção ao trabalho do que a família,Joana (M.Streep) cansada dessa relação sai de casa,abandona o filho e o marido.Agora pai e filho que não tinham muito contato,aprenderão a conviver sem a mãe,a esposa que era a ‘alma’,o baluarte daquela casa.Enfim,Joana aparece do nada requisitando a guarda da criança,então Ted e ela vão ao tribunal (minha cena preferida).Dá-se a guarda à mãe,porém não é ela quem ficará com a criança,veja o filme e deleite-se com a atuação final de Meryl Streep.Enfim,é um filme com cenas maravilhosas,com forte apelo psicológico que nos leva a repensar nossas relações familiares,que muitas vezes são negligenciadas por nós mesmos.A inconsistência do dia-a-dia,a rotina,o estresse,a falta de tempo contribuem para tal,mas escusado seja,assim não seria se as os membros da família,não se permitissem corromper por tais fatores fazendo assim com que se rompa os laços quase definitivamente..Um dos maiores dramas familiares,imperdível.

Quinta feira:acabado o cortiço,começo com Noites Brancas do grandessíssimo Dash-tai-é-viski.Orra,um livro delicioso.Não despende de muito tempo pra ler e ah,você não consegue parar de ler.É muito-uito-uito bom.Mais ou menos assim,um cara que não tem amigos,não tem fortes laços com ninguém,vive só na São Petesburgo,vagueia só,anda só,enfim : completamente só.Uma moça que cuida da avó cega,conhece um outro cara,bem apessoado, e que viaja à trabalho mas promete voltar daqui um ano pra casar com ela.Numa noite,o sonhador(não tem nome fixo no livro,só é conhecido como sonhador..) numa de suas andanças sem motivo encontra Nastenka apavorada.Ele a segue,tenta descubrir por quê ela corre e está daquele jeito,ela o admoesta mas por fim ambos viram grandes amigos.O sonhador conta como tem vivido,ela também o confia sua vida e sua paixão prometida pelo carinha que viajou,e entrementes o sonhador se apaixona por ela loucamente.Mas prefere conter seus anseios,tendo em vista que nunca conseguiria o amor dela,já que ela só fala do outro pra ele e antes de eles se tornarem amigos,ele tinha que prometer não se apaixonar..Enfim,conversa vai conversa vem,ela à espera do outro,ele à espera que o outro não viesse para que pudesse enfim consolidar o seu amor..acaba por o viajante ficando com ela e o outro desolado..é escusado dizer que me identifico?Pois é..Enfim,o livro é muito prazeroso.A incessante busca do sonhador para que seja correspondido com alguma centelha do amor de Nastenka..amor impossível,idealizado,inatingível..alguma vez você já passou por isso,ou vai passar,é uma dessas garantias que você pode requisitar da vida mas nem sempre protelar..Enfim.Tendo lido,fui ver ao filme.Adaptação de Luchino Visconti e de Suso Cecchi D’Amico,que representa marco fundamental na carreira do mestre italiano..O.K. Um filme muito aclamado etc etc etc mas que não me apraz assaz.Talvez eu tenha que ver mais algumas vezes e verei,mas ah..esperava mais,sei lá.Gostei mais do livro..Enfim há de se destacar o aspecto onírico,denso,que com a maestria de Visconti foi produzida.É um aspecto que consegue materializar o espírito dos personagens: almas solitárias que precisam abraçar com força seus sonhos aos quais a dolorosa força da realidade torna-se empecilho.As lágrimas do grandíssimo,e lindo, Mastroianni são lágrimas que trazem a tona o peso da realidade,da impossibilidade de se conseguir o amor que se quer. se se se se se a realidade não fosse mais forte que qualquer sonho..Enfim,Marcello Mastroianni e Visconti se tornaram imortais pelo talento artístico,dentre outras qualidades que já tornam esse filme imperdível..(mesmo sendo chato,rs..)
Nesta quinta também assisti ‘La notte’, A noite,filme de mais um dos maiores e melhores diretores do neo-realismo italiano : Michelangelo Antonioni.Conta com a belíssima atuação de Marcello Mastroianni e de Jeanne Moreau.Ganhou diversos prêmios,como o urso de ouro(urso de ouro,leão de ouro,vaca de ouro,outro dia eu discuto qual a diferença e o critério de cada um,rs..),o prêmios Jussis dentre outros.O filme é um da trilogia da incomunicabilidade criada por Antonioni.Não se tem trilha sonora (óbvio?óbvio nada,eu fiquei super triste que não tinha,aí só depois eu fui descubrir porquê,han..).A trama dessa trilogia baseia se no tédio e solidão proporcionado pela vida moderna das grandes cidades,obtendo-se então a incomunicabilidade,o distanciamento,relações parcas..(possível lançar um parâmetro em kramer vs. kramer..)
O filme se desenvolve durante um dia e uma longa noite na vida de um casal que tem a relaçao comprometida pela falta de comunicação..Enfim,ótimo filme pra quem tem paciência com filmes parados,densos etc etc etc.Por fim,sentados num local isolado, ela lhe confessa que gostaria de ser velha para ter dedicado a ele toda sua vida. Continua dizendo que, ao verificar quanto ele se entediava quando se achavam juntos, sentiu que não podia continuar a amá-lo, razão pela qual, seu maior desejo era o de morrer naquela noite. .Ele afirma que continua a jogar fora sua vida como um idiota, tirando dos outros sem dar, ou sem dar o bastante. Dizendo-lhe que a ama muito, ele a beija ardentemente. Ela tenta resistir, alegando que não mais o ama, mas ele persiste num interminável beijo..

Sexta feira: Mesmo ritual..entre edredons,clubes-sociais e bolachas de água e sal meu dia se vai.Diferentemente,nessa sexta,meu irmão com ameaça de morte,rs,consegue me tirar de casa por umas 2 horas de conciliábulos familiares parcos..Sexta assisti a ‘Quem tem medo de Virgínia Woolf’.É,eu também achava que o filme tinha alguma coisa com a Virgínia..Não tem nada a ver,rs.Essa é uma daquelas estratégias,pra vender um filme que não tem uma história muito atraente e que graças ao título poderá então angariar a atenção de cinéfilos curiosos..como eu,rere.O filme é bem diver sabe?Despende de muita atenção,e se você parar um minutinho você não vai entender mais o porquê das brigas e que rumo toma o filme..Um casal após receber a visita de um professor e sua esposa,vê a reunião em que todos se encontram tomar rumos inesperados..Conta com um elenco fantástico : Elizabeth Taylor e Richard Burton,George Segal e Sandy Dennis.O filme recebeu 5 Oscars..etc etc etc.



Sábado: Morte em Veneza,esse sim foi meu preferido do feriado.Filme baseado na obra de Thomas Mann.Um compositor que passa as férias em Veneza vive uma grande e secreta paixão que acabara por destruí-lo..Os jogos de câmera,a fotografia,o cenário,os detalhes,tudo magistralmente dirigido por Luchino Visconti,traz um filme simplesmente perfeito.Não é só uma história de amor de teor homossexual como pregam as línguas insapientes..é muito mais que isso.. No início o protagonista tenta enganar-se acerca de seus sentimentos,porém desenvolve um amor platônico e obsessivo pela beleza de Tadzio (lembraste de Dorian Gray também?).Gustaf se amargura cada vez mais vendo que esse paixão é impossível,cria então um pretexto pra abandonar Veneza,mas acaba permanecendo em Veneza,onde tem a oportunidade de contemplar a beleza de Tadzio.Estranho é que o garoto e o protagonista não trocam sequer uma palavra,mas que não muda nada,o amor de Gustaf cresce ainda mais..Enfim,Gustaf morre,dando a maior prova de amor possível,sacrificar-se por alguém que tinha a certeza de jamais poder conquistar (oi)..é pois,um verdadeiro hino ao amor,representado de uma maneira genial e lírica..excelente.

Orra,não consegui abdicar totalmente de minha vida social,rs.Acabei saindo sábado,não mais porque eu o queria,nem menos porque não queria..Acabei saindo.Lógicamente me arrependi.Enfim..vou continuar a leitura portentosa de Saramago e etc etc etc.

A revedette.. (é assim que se escreve?)

sábado, 6 de junho de 2009

navalhando..


Saudações.
Post meio de cunho misantropico,hipocrita,determinista,etc etc etc..
Há centuries que não posto algo.Veja bem,meu bem,o computador ficou miraculosamente sem quebrar por quase 4 meses, convenhamos que é debalde exigir tanto,rs. Pois bem,quebrou e sabe oxum quando ele voltara para meu zelo novamente..(estou no computador do Sr.meu pai,e ele nao ta configurado corretamente com o idioma portugues,portanto,erros graficos podem ser constantes.)Fora isso,o tempo eh cada vez mais escasso.Muitos livros pra ler,muita matéria pra estudar sem contar que agora tenho que ir à academia ficar umas 97 horas na esteira..Eh,acabei indo na nutricionista,na endocrinologista,ista ista ista,e ambas disseram que devo aliar minha dieta à atividades físicas.Bobagem não?Nao ta sendo taaaaaao dificil segurar minha boca.Alias a dona da cantina ficou muito triste que agora não compro mais porcarias,levo as minhas de casa,rsrs.mentira,levo frutinhas..rs
Bom,aquelas crises existênciais que fulguraram nos últimos posts não tencionam ser vistas nesses futuros posts.Nao que eu não tenha mais crise nenhuma,rs.Alias,desisti da terapia.Eh desisti!Desmarquei psiquiatra e etc.Ah,não eh puramente ma vontade.Tinha ido na psiquiatra,ok.ela me deu uma lista de terapeutas.ok.isso no começo do mês passado.E ate hoje não consegui marcar um horário com nenhuma.Porque quando uma não se encontra e não pode marcar,outra ta pulando de asa delta,ou quando alguma liga em casa nunca estou.Enfim,cansei..Boa sorte,rs. (as i said,necas de crise..G.G)
Entao falando de crises,não as tenho frequentemente.se bem que esse negocio de crise,humor e etc eh relativo.Minha psiquiatra perguntou se eu era calma,se eu `explodia`com facilidade.Obvio que não,posto que as únicas coisas que poderiam me causar iracundia são frivolidades e ah não tem necessidade..Se bem que ultimamente,muita gente tem reclamado do meu bom humor e boa educação.rs.ok,estou muito misantropa ultimamente.ok,sempre fui e sempre tive esse ar sorumbático.mas agora ele ta recrudescido.Portanto nao se aborreça com uma possível recusa à sua invitacao de sair e etc.preciso ficar mais em casa,preciso ler mais e sair,da trabalho.
Li `A mulher de trinta anos` do grandíssimo Honore Balzac.Orra,você finalmente vai concluir que estou planejando alguma revolução pro-adulterio ou pro-feminismo e etc.Mas não, rs.O livro eh sobre a situação das mulheres curvadas sob o peso de suas obrigações sociais e legais.Logo cria-se um conflito entre essas regras e o anseio de que toda mulher tem de ser mais amada e valorizada, não um mero enfeite,submissa às admoestações dos homens,da sociedade..Enfim,o livro eh fantástico.Imprescindivel diria..Balzac consegue fomentar ainda mais a emancipação feminina nesse livro.Sendo um grande conhecedor do coração das mulheres,com maestria diagnosticou os sofrimentos que as mulheres daquela época sentiam e conseguiu enfim promover a imagem da mulher mais madura,consciente e que ainda eh uma amante inefável..
Assisti no ultimo final de semana Sunset Boulevard ou Crepusculo dos deuses.Fantastico.Billy Wilder mais uma vez com maestria nos proporciona um dos mais belos filmes já produzidos.Por que?Oras,excelente enredo,roteiro,fotografia(ok,não entendo tanto assim mas..) e principalmente atuações inacreditáveis(Gloria Swanson mostra mais uma vez do que era capaz,rs.a historia na verdade estava acontecendo com ela,digo,estava sendo afetada pela novidade do cinema falado..).Não foi a toa que esse recebeu Oscar de melhor direção de arte,melhor trilha sonora e melhor roteiro.Alem de receber também o Globo de Ouro nas categorias de melhor filme,melhor diretor,melhor atriz e melhor trilha sonora.Enfim,imperdível.
Assisti também Gritos e Sussurros,do fantástico Ingmar Bergman,que é considerado um dos 3 melhores diretores já existentes.Não entendi completamente o filme..ok,filmes de Bergman são geralmente assim,somado a minha letargia impetuosa(é,dormi)..
Agnes,uma das irmãs que esta em estado terminal,sintetiza o medo de que todo ser humano terá ou teve um dia, o destino que leva à morte. Ha também a falta de sentido que acomete todas as mulheres daquela família,gerando conflitos que implicam nas precarias relacoes entre elas..Enfim,não se pode deixar de falar da excelente fotografia ,por sua vez muito ovacionada,e que tem como destaque o vermelho..O vermelho talvez por remeter a idéia de sangue..se não fosse o sangue elas jamais estariam ligadas,não há cumplicidade,amor,enfim elos.A falta de elos entre os familiares eh o fio condutor do filme..
Eis arte.sinestesia.vi o filme e logo pude me incluir em similes situacoes..tendo que raras são as famílias hoje que se relacionam com devota cumplicidade.A minha por exemplo..eu jamais conheceria minha familia..Raras coisas em comum.Salvo os genes,o sangue.Eis que se enlaça uma relação perfunctória e não duradoura..Nao vejo a hora de sair de casa e me desvencilhar de certos vínculos desnecessarios,criar outros e por fim me libertar da dependencia do dinheiro dos meus pais.Sou uma parasita?rs..acho que todos somos,fomos ou seremos um dia..

C `est assez pour aujourd `hui..

sábado, 23 de maio de 2009

a dúvida




Saudações.


Sim,nem um pouco coerente com as premeditações anteriores..Eis me aqui,rs.

Acabo de assistir Doubt,filme magistralmente dirigido por John Patrick Shanley(obra teatral que ele escreveu,mas que fora adaptada).

É um filme imperdível,com belíssimas atuações (concorreram ao Oscar-2009) de Meryl Streep(fantástica),Philip Seymour Hoffman e Amy Adams,que ao captar a atenção do espectador,o inquietará.

Década de 60,uma escola tradicional religiosa nos EUA.De um lado a imagem da irmã A.Beauvier (Meryl Streep) que atua como empecilho no desenvolvimento ideológico da escola;pura rispidez,conservadorismo e rigorosas atitudes.Por outro lado temos a figura do padre,que por sua vez é atencioso,trata os outros com compaixão e está sempre suscetível às mudanças na sociedade que atingem a todos e que mostra-se cada vez mais presente no comportamento dos alunos (aluno flagrado com um aparelho de som..).E como é de se esperar um personagem que não seja julgado nem 'bom' nem 'mau',talvez até inocente e incólume..eis a irmã James,que será influenciada pelas idéias da A.Beauvier.

Há um aluno negro estudando nessa instituição(o único) no meio de outros com origens italianas e irlandesas (se não me engano).OK.Calma,o filme não trata de racismo.Trata de uma possível pedofilia.

Um padre que trata diferencialmente(não tão diferencialmente) este aluno,talvez pelo fato do garoto simpatizar com o ofício de padre (é só o que fica claro pra nós,espectadores,mais uma jogada do diretor,causasr a dúvida..lembrei-me de machado de assis,rs), mas que ainda não está claro.Assim como também não está claro que haja uma relação de pedofilia entre o garoto e o padre..

O filme aguçará nossas dúvidas.A nossa perspectiva é feita através dos olhos da irmã,mesmo o filme não trazendo provas contundentes,(nenhuma novidade,sempre julgamos precipitadamente mesmo...)A.Beauvieur,que possivelmente não desperta simpatia mas que será impossível irrelevar as suposições que ela tentará provar..

Há de se ressaltar que o estopim,a busca incessante da irmã Beauvier em provar que o padre é pedófilo,foi gerida impreterívelmente pelo zelo que a irmã James tinha com seus alunos.Ela se preocupa com o bem-estar deles e ao perceber que o garoto não se sentia bem depois de ser convocado à sala do padre,começa a desconfiar.Ela não aguenta a 'dúvida',o medo de estar acontecendo algo com o garoto e relata à irmã A.Beauvier.Beauvier por sua vez fomentará de primeira a idéia de que o padre é culpado,nem sequer procurá embasar-se em possíveis verdades em detrimento de seu preconceito.Como ela disse : ' Eu conheço as pesssoas ' . Mesmo o padre relutando que não era o suficiente para o incriminar...


Eis um filme imperdível..


O final,a meu ver,é satisfatório. Mas assim como a idéia principal do filme,prefiro me abster de ressalvasa e demais opiniões.. A idéia é que não estamos totalmente seguros de nossos pontos de vista.


Pois é. Não estamos,nunca estivemos e talvez nunca estaremos.Tendo em vista que o mundo, não pára, que é uma metamorfose ambulante (parafraseando nossos músicos brasileiros,rs) e com isso a velocidade em que as mudanças ocorrem são 'de nous étonner'.


Quem pára no tempo não desenvolve,não aprende,não vivencia novos valores.


Já está mais do que tarde de deixar o preconceito (em todos os âmbitos) de lado em detrimento do ensejo de um prazer que para os 'mente-aberta' já se tornou trivial e que mesmo assim não tem seu valor atenuado.

Enfim, eis o óbvio ululante : o mundo não vai te esperar e se você não o seguir,ele provavelmente passará por cima..

Cresça,mude,pense e desenvolva..
etc etc etc etc etc..

[postei,três UHAS pra mim..]



E vai indo que eu não vou...

Ne vous resté pas demodé..

sexta-feira, 22 de maio de 2009

mas que nada..


Saudações.

Sucintamente,tô tendo muitotempo pra discorrer sobre as vicissitudes e derivados.Logo passa.

Aproveitando o ensejo,estava relendo meus posts antigos..cada bárbaridade..enfim,tô pensando seériamente em excluir isso daqui..

Enfim sei que não o farei,é só uma questão de tempo e estro.Mesmo porquê acho deveras importante ressaltar o meu pedantismo,rs.. me arrependo,reflito e aprendo.Eis a grã finalidade..
Essa onda tende a passar.Afinal,tenho uns 6 livros fantásticos pra ler até o meio do mês que vem..filmes pra ver.. enfim.Acho que preciso lucubrar mais..
E vai indo que eu não vou,rs.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A jaula


Saudações.Estou meio sem estro ultimamente.Meio sem tempo também..Acho que na verdade só estou postando algo porquê me acordaram antes do combinado..Mas pasme!Minha falta de estro,creio eu,é por motivos positivos..mais pra frente eu conto o que é..

Bisous *:

Como prerrogativa : segue um belíssimo conto do meu querido Victor..



A Jaula
Ansioso. Estava prestes a sair daquela jaula. Um misto de asco e nostalgia lhe amargou o coração. Por ora estava bem. Mesmo que as cicatrizes pelo corpo, por dentro e por fora, latejassem. Por um momento até admirava-as. Lembrou-se então de como tudo começou. Não lembrara se viera de ovo, de útero ou de uma espécie de bactéria cósmica mutante. Sabia que desde que nascera tentaram corta-lhe as asas.Tentavam em vão. Regenerando-se iam conforme a passava a dor. Eram o que mantivera-lhe vivo. Esperando, sempre. Aspirando voar em outros céus, nadar em outros mares, flertar com novas flores e admirar tudo que lhe era direito. Entretanto por intermitências do destino nascera naquela maldita jaula. Jaula que não só impedia-o de voar, mas que era desumana. Humanos; tinha um fascínio receoso por essa espécie. Ele próprio aparentava ser um. Mas não era. Sabia, em seu âmago sentimental, que era diferente, que era nobre, um espécime em extinção. Contudo havia a jaula. O cheiro do ralo que nela imperava e os ratos que dele saiam para rirem de sua impotência lhe irritavam. Sabia que era melhor que os ratos. Melhor que os humanos. Alias, sabia que era melhor que os ratos e os humanos juntos. Mas daí sucumbia em dor. Lembrou-se então dos moleques insolentes que vinham lhe atirar pedras. Somou as magoas e pensou então ser nada. Era chacota, um mero bicho. Refletiu por alguns minutos. Engoliu o choro. Não engoliu o choro. Desmanchou-se no choro. Chorou um choro úmido pelo sofrimento da incompreensão e de intermináveis soluços. Soluços que machucavam a garganta. Vomitou, então. Vomitou tudo o que lhe engasgava. Dos transeuntes que ali passavam, uns intimidaram-se e protegeram-se de tamanha brutalidade, outros por sua vez acharam poético. Nem reparou mais na jaula e nem naqueles que do outro lado transitavam. Sentiu-se aliviado. Pensava na liberdade, nos mares, nos céus e nas flores. O otimismo havia retomado seu espírito, e o juízo também. Então sentiu uma pequena vergonha de ter duvidado que debaixo daquelas plumas e escamas cintilantes que ostentava batia um coração e argumentava um cérebro. Recuperou as energias. Era tão exótico e tão delicado que os admiradores da jaula não podiam entender a complexidade daquele ser. Chegou então a hora. As asas quebradas já estavam sãs. Bateu, bateu, bateu com a força de um vulcão contra aquelas paredes translúcidas como vidro e duras como chumbo. Arrebentou-a. Sentiu a primeira brisa de ar puro. Cheirava à liberdade. Caminhou timidademente por um tempo, admirou-se com as coisas mais ínfimas e as idolatrou. Era aquilo que importava. Tomava coragem para entregar se como entregam-se os suicidas. Eis que sente uma pontada. Acertaram-lhe novamente. A pedra do estilingue era cada vez mais ríspida e densa. Acertaram a asa direita. “Aproximam-se cada vez mais do coração” pensou. Deslizou até o chão e foi carregado de volta à jaula. Desejou nunca ter tido asas. Agonizou e chorou. E o ciclo de emoções se repetira. Mas os ratos e humanos, os humanos-ratos, nunca cortaram suas asas.
Victor Hugo Silveira Simões.

domingo, 17 de maio de 2009

na saúde na doença..




Saudações.
Post ao sr.Adultério.
Ilmo Senhor Adultério..rs,ok,j'arrête!
Vou tentar ser breve..

Quando dizem,quando tu dizes,enfim quando é dito: eu NÃO seria capaz de trair, tape os ouvidos,são palavras embalde.Pelas décimas sextas primaveras que eu já vivi(existi,pairei..),posso aferir que é da natureza do ser sapiens sapiens falar que jamais (jamé) trairia.o que não quer dizer nada,pois no fim acaba cedendo e traí.Mas bárbara,você não pode generalizar,afinal toda generalização é burra.ok. Não estou generalizando.Eu por exemplo não trairia.RS. Viu,é inerente..Tá,agora consideremos,a quantidade,o modo e a validade do amor..PAS SUFITTE.. (não adianta)
Carnal versus ‘Cardiona’l,rs. O carnal tende a prevalecer. sapiens sapiens é assim..
Ei,não estou falando isso porque fui traída.Não corro o risco,não namoro ninguém..
Fato,fatão mesmo,pode ser o maior amor do mundo,mas somos geridos pela nossa natureza,somos títeres dos nossos instintos. A beleza é subversiva,o proibido é subversivo,a tentação é subversiva,o sexo é subversivo.
Nem precisa ser o maior amor do mundo.
Tão óbvio.Se não tiver amor não adianta relutar,a traição virá ou já veio (vamos,cheque,passe a mão no quengo..)
As estórias que vi nessas últimas semanas me levam a crer assim : A dama das camélias,Madame Bovary,Primo Basílio,Moulin Rouge,Bonequinha de Luxo(ainda não o vi,porém tem o mesmo enredo e piriri..),Otelo.OK.
Tratam do adultério,do amor idealizado e suas provas(quase nunca concluídas),da luxúria onipresente,da 'devassidão',dos sonhos que todo ser humano tem: ser completado com um amor que inebria,faz tremer,dê friozinho na barriga,etc etc etc.
(o livro de Eça é basicamente o mesmo enredo,sendo que foi inspirado no livro do Flaubert,que foi o precursor da corrente literária e artística,do Realismo..sendo assim vou esmiuçar mais o livro do Flaubert..)Madame Bovary.
Ema Bovary,traí.Achava que nunca trairia,que continuaria na beatitude,que sequer casaria.Porém,é humana,mulher,sonhadora,queria inflar-se dos sentimentos mais puros e reverberantes..Casa-se com Carlos Bovary.Um casamento frustrado,a negação de tudo que ela havia imaginado na juventude. Carlos era um homem sereno, sem grandes arroubos de paixão, com um emprego estável, porém medíocre - um médico provinciano sem grandes ambições..
Enfim,ela não se sente amada o suficiente pra permanecer incólume às tentações carnais.Aparece Léon,o segundo que faz o coração de Ema palpitar(segundo contando com o dançarino):

"Não teriam eles outra coisa a dizer?Seus olhos,porém,transbordavam de palavras mais sérias;e ao passo que se esforçavam por achar frases banais,sentiam-se ambos invadidos pelo mesmo encantamento;era como um murmúrio da alma,profundo,contínuo,que dominava o das vozes.Surpresos e admirados por aquela nova suavidade,não pensavam em descrever a sensação ou descobrir-lhe a causa.As felicidades futuras,como as praias dos trópicos,projetam,na imensidade que as precede,as suas molezas nativas,brisas perfumadas;e nós nos entorpecemos na sua languidez,sem mesmo nos importarmos com o horizonte que não avistamos ainda.."

Eis a primeira traição.Léon a abandona.Os desejos de Ema de ser amada,desejada cessam? NÃO.
Traí novamente com Rodolfo..Por fim ele a abandona também..
(Homens não sedes frouxos!Não abandonem uma mulher quando ela mais necessita.Se não puder suprir todas as necessidades delas,ou no mínimo tentar,não encete a relação..)
Em Primo Basílio,em Madame Bovary os que mais sofrem no fim são os homens que foram traídos.Ironia?Fato?Fatão!Sofrem,pois amaram,tentaram ser suficientemente bons.Foram,eram o que tinha de mais certo e puro no mercado,mas a mulher não queria e nem quer isso.Ela quer o errado.O que não presta,o que a abandonará..por quê?Não só pelo INSTINTO,ou porquê o proibido é mais deleitoso..o estoicismo aparente de seus cônjuges foram o estopim para fomentar o desejo,a luxúria..

[o post já está deveras longo,vou dar meras pinceladas nas outras estórias..]

A dama das Camélias.Um livro riquíssimo.Pra quem se identifica, com amores impossíveis porém, impassíveis,não pode deixar de ler.Além do mais,é clássico e muitas histórias de hoje nela se baseiam..
A grande questão,assim como em Moulin Rouge, é : a prostituta,a cortesã amantizada, é capaz de AMAR?
Sim!Todos somos humanos.O amor é idiossincrático na nossa natureza.É o que nos difere dos platelmintos,nematelmintos,anelídeos,briófitas,pteridófitas,gimnospermas,angiospermas,celenterados,
poríferos,cnidários..ok,BASTA! O amor nos é inerente e independe de ofício,por menos escrupuloso que este seja.

Otelo,assim como Dom Casmurro,trata-se do ciúme nímio.
Amor e Ciúmes andam sempre juntos,não adianta..Quanto mais do primeiro tiver,o segundo tende a se equiparar quantativamente.As vezes nem tanto..No caso de Otelo,o segundo foi superior o que levou Otelo a matar Desdêmona.Na obra de Machado de Assis,que foi inspirada na obra de Shakespeare,Bentinho não chega a matar Capitu..


Toda mulher quer ser amada,desejada mais do que suficientemente.Não é só sexo.Não é só amor também..são muitos fatores que determinam uma relação extremamente equilibrada e verdadeira,tá é raro achar uma relação que seja assim.
Todavia, as mulheres adúlteras,não devem ser apedrejadas como em alguns países.Tá,pode ser considerado crime em alguns países,crime contra a Igreja,que seja.Mas como condenar algo que é da natureza do ser humano?
Afinal,até onde alguém deve se submeter ao detrimento do ensejo de felicidade pelo indiferente e insípido?
Enfim,eis as dicas..boa sorte pra você e pra mim (i'm a monster love,rs).

Segue um trecho bem oportuno de Madame Bovary..
“ Contudo não era feliz,nunca o havia sido.De onde vinha,pois,aquela insuficiência da vida,aquele apodrecimento instantâneo das coisas em que se apoiava?Mas se existia,fosse onde fosse,um belo e forte,uma natureza valorosa,cheia ao mesmo tempo de exaltação e de requintes,um coração de poeta com forma de anjo,lira com cordas de bronze,desferindo para o céu epitalâmios elegíacos por que acaso não o encontraria ela? Que impossibilidade! Nada,afinal,valia a pena procurar-se;tudo mentia!Cada sorriso ocultava um bocejo de enfado,cada alegria uma maldição ,todo prazer o seu desgosto,e os melhores de todos os beijos não deixavam nos lábios senão uma irrealizável ânsia de voluptuosidade mais intensas.”

Como dissera Flaubert em seu julgamento: Ema Bovary,c'est moi!

Au revoir.